quinta-feira, 8 de novembro de 2018

JON McGREGOR


Hoje na Sábado escrevo sobre Reservatório 13, do britânico Jon McGregor (n. 1976), autor que despertou a atenção da crítica com o seu primeiro romance, rapidamente traduzido entre nós. Tinha então 25 anos. O mais recente chegou agora às livrarias. Confirma os dotes do autor, várias vezes premiado, incensado por pares ilustres. Reservatório 13 parece um thriller em ambiente rural pós-moderno. No centro da intriga, o desaparecimento de uma adolescente, Rebecca Shaw, numa aldeia perto de Manchester. Os treze capítulos do livro sinalizam os anos de busca. Com excepção do primeiro, começam todos com a mesma frase: À meia-noite, na passagem de ano… O dia fatídico permanecerá um mistério. O foco não é tanto a rapariga, que pode ter partido por vontade própria, mas o microcosmo local. Rapidamente esquecemos Rebecca. O romance é sobre as pessoas da terra (solidão, aspirações, sexo voraz, intrigas), os colegas de escola, o quotidiano do Centro Comunitário, a equipa de críquete. McGregor é muito hábil na forma como monta o patchwork. Mas por que será que é sempre uma rapariga a desaparecer? Três estrelas. Publicou a Elsinore.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

BRANCO É, GALINHA O PÕE

Não toleraremos que se repita o uso das Forças Armadas por interesses pessoais ou de grupo e jogos de poder... — disse o Presidente da República no discurso que ontem fez na Avenida da Liberdade.

O recado vai em linha recta para os promotores da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Caso de Tancos, que pretende, por essa via, envolver o Governo e a Presidência da República.

Pode ser que me engane, mas os deputados (interessados em saber quem sabia do encobrimento que afinal não houve, porém desinteressados do alegado roubo) vão ficar a falar sozinhos.