segunda-feira, 18 de abril de 2016

CIRCO & PRECONCEITO

Leio um pouco por todo o lado textos de vária índole sobre o comportamento dos deputados brasileiros durante a votação do impeachment. Concordo que parece um circo romano. Em todo o caso, sublinho dois pontos. Primeiro: a votação pessoal, com declaração, acarreta o ónus que o voto em urna dilui. Segundo: não percebo o escândalo com a invocação de familiares. Em Portugal, sempre que falam das PPP, o argumento dos comentadores da Direita é o país que vamos deixar aos nossos filhos (a nenhum ocorre que a construção do porto de Leixões e da Ponte Dona Maria Pia, para citar duas obras emblemáticas, acabou de ser paga cerca de cem anos passados sobre os respectivos empréstimos, significando que fomos nós, os netos de Fontes Pereira de Melo, a fechar as contas). Bem vistas as coisas, o que se passou em Brasília não foi muito diferente do que se passaria em Roma em situação análoga. E eu não me esqueço da rebaixolice que caracterizou várias intervenções de deputados PAF durante a investidura do Governo do PS.