Michael Cohen, ex-advogado e conselheiro pessoal de Trump, foi ontem ouvido no Congresso. Durante oito horas, cinco das quais transmitidas em directo pela televisão, Cohen disse do Presidente o que Mafoma não disse do toucinho: «Estou aqui para dizer a verdade sobre Trump. Ele é racista, mentiroso, vigarista e trapaceiro. Arrependo-me de ter colaborado com uma fraude.»
Aparentemente, nada ficou de fora do testemunho de Cohen: conluio de Trump com a Wikileaks durante a campanha de 2016 (o cartel de Julian Assange colocou hackers a piratear o correio electrónico pessoal de Hillary Clinton, bem como o dos Democratas); os pagamentos efectuados a prostitutas para pagar o seu silêncio; o projecto de construção de uma Trump Tower em Moscovo; fraudes fiscais e bancárias; racismo assumido e apoio aos supremacistas brancos; interferência russa na campanha de 2016 intermediada pelo filho e pelo genro de Trump; financiamentos ilegais; o apagão dos registos escolares do Presidente; etc.
Condenado a três anos de prisão efectiva (começará a cumprir a pena no próximo 6 de Maio) por ter colaborado na violação das leis de financiamento da campanha de Trump, Cohen não tem nada a perder. Não admira que ontem tenha desopilado o fígado.