Após 26 dias em coma, Mário Soares morreu hoje. Tinha 92 anos. Se vivemos em democracia a ele o devemos. Filho de um ministro da Primeira República, advogado, professor, escritor, adversário do Estado Novo, fundador e secretário-geral do Partido Socialista, ministro dos Negócios Estrangeiros em vários governos, deputado e eurodeputado, presidente da Internacional Socialista, três vezes primeiro-ministro, Presidente da República entre 1986 e 1996, conselheiro de Estado, presidente de inúmeras organizações internacionais, como, por exemplo, a Comissão Mundial Independente dos Oceanos. Doze vezes preso, deportado para São Tomé em 1968, exilado em Paris (1970-74), período durante o qual foi professor na Sorbonne, tornou-se o garante do reconhecimento internacional do regime saído do golpe de 25 de Abril de 1974. Foi casado com Maria Barroso (1925-2015), de quem teve dois filhos: João Soares, antigo presidente da Câmara de Lisboa, e Isabel Soares, directora do Colégio Moderno.