sábado, 16 de maio de 2020

LEITURAS DO CONFINAMENTO, 1


A Perfect Spy, John Le Carré, 1986 / Um Espião Perfeito

Clique na imagem.

COVID-19


Portugal, 16 de Maio de 2020.

CRAVOS & COVID


A propósito da pandemia que a todos afecta, Amador Palacios, poeta, ensaísta, historiador do Postismo (vanguarda espanhola dos anos 1940), colunista, primeiro tradutor espanhol da minha poesia e, desde então, meu amigo, publicou hoje no suplemento Artes & Letras do jornal ABC, de Madrid, um artigo em que recorda o 25 de Abril, aproveitando para comparar o modo como, de cada lado da fronteira, temos reagido ao vírus de forma diferente.

Entre outros, Palacios traduziu Camilo Pessanha, Cesário Verde, Miguel Torga, Lêdo Ivo e Vinicius de Moraes.

Clique na imagem do ABC.

BRASIL: E VÃO DOIS


Nelson Teich, ministro brasileiro da Saúde, só aguentou 28 dias no cargo. Ontem bateu com a porta, no auge da polémica sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. Bolsonaro não gostou das reservas do ministro expressas no Twitter e a coabitação tornou-se insustentável.

O general Eduardo Pazuello, secretário-executivo do ministério da Saúde, substituiu Teich. O seu primeiro acto foi assinar a ordem de uso massivo de cloroquina.

No Brasil, os números oficiais, que tudo indica andarem longe da realidade, registam 221 mil infectados e 15 mil mortos.

Imagem: tuítes de Nelson Teich do passado dia 12. Clique.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

COVID-19


Portugal, 15 de Maio de 2020.

INTERCAMPUS


Sondagem Intercampus para o Negócios e o CM divulgada hoje.

PS 40,3% / PSD 23,3% / BE 9% / CHEGA 6,8% / CDU 5,9% / PAN 3,6%
/ CDS 3,6% / IL 3,2%

Em termos de popularidade, Marcelo e Costa estão empatados.

Centeno é o ministro com maior taxa de aprovação.

Clique na imagem do Expresso.

MAIS DO MESMO


Este imbróglio estava anunciado. Clique na imagem do Económico.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

COVID-19


Portugal, 14 de Maio de 2020.

EQUÍVOCO


Elementar. Clique na imagem.

BIPOLARIDADE

Metade do país execra Sócrates por, no auge da crise das dívidas soberanas, ter alegadamente conduzido o país à beira do incumprimento.

Agora que temos as contas certas, e um ministro das Finanças respeitado dentro e fora do país, são praticamente os mesmos que pedem a cabeça de Centeno.

Nada disto surpreende. Quatro quintos dos votantes portugueses regem-se pela velha dicotomia Benfica / Sporting. A maioria vota para contrariar, muito poucos por convicções ideológicas.

Repito o já dito: os mais reaccionários dos meus amigos votam todos no BE porque, dizem eles, é a única forma de impedir uma maioria absoluta do PS. Podiam votar no PCP, ou no PSD, partidos transversais à sociedade portuguesa, com base social de apoio bem definida num caso como noutro, mas não o fazem. (Claro que tenho amigos progressistas que votam no BE, mas são uma minoria.) Isto para não falar das contradições entre mais Estado e menos Estado, querela resolvida com a eleição de um deputado liberal.

E assim sucessivamente. De repente, toda a gente exige layoff porque sim, à revelia de procedimentos mínimos. Sabendo nós como se processa o modus operandi da economia portuguesa, todo o relaxe deve ser evitado.

O melodrama à volta do “destino” de Centeno radica nesta bipolaridade.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

CENTENO & NB


Toda a gente se lembra da noite do primeiro domingo de Agosto de 2014, quando Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, anunciou em directo a Resolução do BES. O Grupo Espírito Santo implodia em horário nobre e das cinzas do BES nascia o Novo Banco. Nunca tal se tinha visto na Europa. Embora previsto pelo BCE, foi uma estreia absoluta. No dia seguinte ficou a saber-se que mais de metade dos ministros (era o Governo Passos & Portas) tinham assinado na praia. 

Passaram seis anos. O Fundo de Resolução, constituído pelos Bancos a operar no país, enterrou 3,9 mil milhões de euros no Novo Banco. Mas a venda ao Lone Star, em 2017, não exonerou os compromissos contratuais. Dito de outro modo, os Governos de António Costa não podem assobiar para o lado. Há poucos dias foram mais 850 milhões, devidamente inscritos no OE 2020. Mas ainda faltam mais mil milhões.

Encenar uma ópera-bufa a pretexto de uma verba inscrita no Orçamento de Estado (ou seja, um diploma escrutinado por todos os deputados, aprovado por uma maioria deles, promulgado pelo Presidente da República, referendado pelo primeiro-ministro e publicado em Diário da República), não lembra ao Diabo. Abstenho-me de comentar a polémica em torno de gaps de comunicação.

A Direita, no seu conjunto, e uma parte significativa da Esquerda, julgou ter chegado o momento de abater Centeno, que ainda esta tarde, ouvido no Parlamento, foi claro: «Os senhores fizeram na praia a mais desastrosa Resolução da história da Europa...» Rui Rio pediu a demissão do ministro das Finanças. Deputadas do BE e do CDS deram pinotes de corça. Pivôs de telejornal salivaram com o desfecho da reunião que à mesma hora juntava Centeno e o primeiro-ministro. Nenhuma destas criaturas parou para pensar nas consequências financeiras e reputacionais de um incumprimento?

Mas tudo acabou em anticlímax. Os dois abandonaram juntos a residência oficial e uma nota esclarece:

«O Primeiro-Ministro e o Ministro de Estado e das Finanças tiveram hoje uma reunião de trabalho, no quadro da preparação da próxima reunião do Eurogrupo, que terá lugar sexta-feira, e da definição e calendário de elaboração do Orçamento Suplementar que o Governo apresentará à Assembleia da República durante o mês de Junho. [...] Ficou também confirmado que as contas do Novo Banco relativas ao exercício de 2019, para além da supervisão do Banco Central Europeu, foram ainda auditadas previamente à concessão deste empréstimo. [...] Este processo de apreciação das contas do exercício de 2019 não compromete a conclusão prevista para Julho da auditoria em curso a cargo da Deloitte, relativa ao exercício de 2018, que foi determinada pelo Governo nos termos da Lei n.º 15/2019, de 12 de Fevereiro. O primeiro-ministro reafirma publicamente a sua confiança pessoal e política no Ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno

Clique na imagem.

COVID-19


Portugal, 13 de Maio de 2020.

terça-feira, 12 de maio de 2020

COVID-19


Portugal, 12 de Maio de 2020.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

COVID-19


Portugal, 11 de Maio de 2020.

domingo, 10 de maio de 2020

NÃO ESQUECER

Na noite de 11 para 12 de Março, Ihor Homenyuk, cidadão ucraniano, foi torturado e assassinado nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do Aeroporto de Lisboa. Foi encontrado de mãos algemadas atrás das costas, tornozelos amarrados ao corpo e calças puxadas até aos joelhos.

Encoberto durante 18 dias, o crime foi tornado conhecido no dia 29 de Março à noite, graças a uma denúncia anónima divulgada pela TVI. A embaixada da Ucrânia soube do acontecido pela televisão. No dia seguinte, foram demitidos e presos os três inspectores do SEF suspeitos de homicídio. Uma juíza mandou-os para casa em regime de prisão domiciliária.

Na noite da barbárie, durante o período em que esteve detido, «inspectores, seguranças, enfermeiros, o médico que declarou o óbito, entraram ou ficaram à porta da sala e viram-no assim...», pode ler-se no Público.

Não se sabe que medidas foram tomadas contra outro pessoal do SEF que terá testemunhado ou tido conhecimento dos factos: «[...] pelo menos mais três inspectores, entre eles um coordenador, estiveram no local. Isso mesmo mostram as imagens de videovigilância...», lê-se no Público.

Isto é muito grave, mas, aparentemente, pouca gente ficou impressionada.

SÉRGIO SANT'ANNA 1941-2020


Vítima de Covid-19 morreu hoje no Hospital Quinta d’Or, do Rio de Janeiro, o escritor brasileiro Sérgio Sant’Anna, infelizmente pouco conhecido em Portugal, não obstante ter aqui publicados alguns livros.

Embora tenha escrito romances, novelas, teatro e poesia, foi como contista que se notabilizou. Entre outros títulos, destacaria A Senhorita Simpson (1989), o volume antológico Contos e Novelas Reunidos (1997) e O Vôo da Madrugada (2003), mas também o romance As Confissões de Ralfo (1975). Quatro vezes laureado com o Prémio Jabuti, contos seus foram adaptados ao teatro e ao cinema. Tinha 78 anos.

Clique na imagem.

COVID-19


Portugal, 10 de Maio de 2020.