segunda-feira, 10 de setembro de 2018

IMBRÓGLIO SUECO

Os números oficiais contrariam as sondagens, mas a tendência foi corroborada:

Direita — 158 deputados
Esquerda — 129 deputados
Extrema-direita — 62 deputados

O Socialdemokraterna, vulgo Partido Operário Social-Democrata da Suécia, vencedor de todas as eleições desde 1917, foi outra vez o partido mais votado (28,4%), mas obteve o pior resultado desde 1908. Tem agora 101 deputados. Perdeu 12.

O Moderaterna, vulgo Partido Moderado, mantém o segundo lugar (19,8%), mas perdeu 14 deputados. Tem agora 70.

O Sverigedemokraterna, vulgo Democratas Suecos, chegou aos 17,7%. Tem agora 62 deputados, mais 13 do que tinha. O establishment sueco não pode continuar a ignorar o partido de Jimmie Åkesson. Sessenta e dois deputados são três BE e ainda sobram cinco.

Os Verdes perderam 10 deputados.

Concorreram 15 partidos. Oito conseguiram representação parlamentar.

Os 349 deputados estão assim distribuídos:

Social-democratas, 101
Moderados, 70
Democratas (extrema-direita), 62
Centristas, 31
Comunistas, 28
Democratas-cristãos, 23
Liberais, 19
Verdes, 15

domingo, 9 de setembro de 2018

O FIM DA SOCIAL-DEMOCRACIA?


Os suecos podem acordar amanhã noutro país. Tudo depende do resultado das eleições deste domingo.

Prevê-se que o Socialdemokraterna, vulgo Partido Operário Social-Democrata da Suécia, fundado em 1889, tenha o pior resultado desde 1930. Os Verdes e os Liberais devem ter resultados insignificantes.

Entretanto, o Sverigedemokraterna, vulgo Democratas Suecos, actualmente o terceiro partido, está à frente em todas as sondagens.

Liderado por Jimmie Åkesson, 39 anos, o Sverigedemokraterna tem o apoio da extrema-direita e dos antigos comunistas. Tem um programa que galvaniza cada vez mais suecos. Quer fechar as fronteiras a emigrantes; quer o exército a assegurar a ordem pública nos subúrbios das grandes cidades; quer agravar o sistema penal; quer o fim da iniciativa privada na Saúde, na Educação, na distribuição de Energia e na rede viária; quer o encerramento das escolas privadas e religiosas; quer diminuir a carga fiscal dos altos rendimentos; e também quer um referendo para tirar o país da UE. Os esperados 25% nas eleições farão com que nenhum partido consiga formar governo sem o seu apoio. Jimmie Åkesson vai fazer pagar caro o desprezo dos partidos tradicionais.

À sua direita, o Nordiska Motståndsrörelsen, vulgo Movimento Nórdico de Resistência, órgão do neo-nazismo escandinavo, pode ter um resultado surpreendente. O MNR é liderado por Simon Lindberg, 35 anos, várias vezes preso por incitamento ao ódio racial e de género, activista anti-LGBT, xenófobo radical e neo-nazi declarado: O Holocausto nunca existiu. O partido tem extensões na Noruega, Finlândia e Islândia.

No gráfico do Guardian, a evolução das intenções de voto nos Democratas Suecos. Clique.