sábado, 13 de maio de 2017

RANSOMWARE


Já se sabe um pouco mais do ciberataque global de ontem. Foram atacados serviços e empresas de 74 países, sendo os mais afectados a Espanha, o Reino Unido, o Egipto, a China, a Itália, a Rússia, Taiwan, a Ucrânia e a Índia. No Reino Unido, o National Health Service entrou em colapso: os serviços não têm acesso aos dados dos doentes, tendo sido canceladas todas as consultas e centenas de operações. Na Rússia, os computadores no ministério do Interior foram seriamente afectados. Em Espanha, a Telefónica ficou out. Portugal não escapou, tendo os principais alvos sido a EDP e a PT. Por junto, foram afectadas 99 cidades. Tratou-se de um ataque de ransomware, ou seja, de encriptação maliciosa de dados. Segundo o New York Times, os hackers apropriaram-se do WannaCry, um software malicioso desenvolvido na NSA e, com ele, executaram o ciberataque planetário.

Clique na imagem do NYT para ver melhor.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

CIBERATAQUE

Vários países europeus, incluindo Portugal, Espanha e o Reino Unido, estão a ser alvo de um ataque informático em larga escala. Como medida de precaução, a EDP desligou toda a sua rede informática às 15h. Na PT, idem. Vários Bancos fizeram o mesmo. A Telefónica espanhola está out. Há relatos, no Twitter, de terminais de ATM desligados. Aparentemente, o busílis reside nas famosas Clouds, as quais, neste momento, estão em parte incerta. Os hackers pedem resgate em bitcoins. O ciberataque terá origem no Brasil.

EUROSONDAGEM


Maioria de Esquerda = 55,6%. A diferença entre o PS e o PSD continua a ser de dez pontos. E, mesmo sozinho, o PS ultrapassa a PAF, que soma 35,9%. Clique na imagem do Expresso para ler melhor.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

ALEXANDRE O'NEILL


Hoje na Sábado escrevo sobre Poesias Completas & Dispersos, de Alexandre O'Neill (1924-1986). Não é a primeira vez que a poesia completa do autor chega às livrarias. Esta nova edição, da responsabilidade de Maria Antónia Oliveira, sua biógrafa, inclui sete poemas inéditos, bem como quarenta e dois textos dispersos em jornais, revistas, discos e catálogos de arte. A seriação dos dispersos é cronológica. Na notal final que antecede o posfácio, Maria Antónia Oliveira dá conta do critério adoptado. Alexandre O'Neill foi, durante algum tempo, olhado com um módico de troça, desdém e maledicência por vários dos seus contemporâneos. Nascido no seio de uma família tradicional, teve uma educação liberal e uma avó sufragista que publicou versos, romances e traduções de Dumas. Os Verões passados em Amarante, onde vivia um tio-avô conotado com o reviralho, foram decisivos para a sua formação. Ali privou com Pascoaes e Bento de Jesus Caraça. Isento do serviço militar, começou a trabalhar assim que terminou o liceu. Em 1947, no MUD-Juvenil, conheceu Cesariny, que o juntou ao grupo de fundadores do Surrealismo português. Desse tempo breve ficou A Ampola Miraculosa, narrativa gráfica (1948). O primeiro livro, Tempo de Fantasmas, estabelece a dissidência. Seria preciso esperar pelo segundo, No Reino da Dinamarca (1958), para ser reconhecido como uma das vozes centrais da poesia portuguesa do século XX. Expulso da função pública por recusar luto na morte de Carmona, preso em 1953 por ter ido ao aeroporto esperar Maria Lamas, O’Neill foi tudo menos um acomodado. Em 1950, quando conhece a búlgara Nora Mitrani, tem uma epifania. Mas a mãe intercede junto da Pide para ser negado passaporte ao filho. Ficaram os versos: «Não podias ficar nesta cama comigo / em trânsito mortal até ao dia sórdido / canino / policial / até ao dia que não vem da promessa / puríssima da madrugada / mas da miséria de uma noite gerada / por um dia igual […]» O poema, Um Adeus Português, faz parte do cânone nacional. Fora antologias e narrativas em prosa, deixou-nos onze livros de poesia. Traços distintivos: lirismo autocrítico, desconstrução da tradição pícara e confronto mordaz com o quotidiano português, em particular o modo funcionário de viver. Cinco estrelas. Publicou a Assírio & Alvim.

terça-feira, 9 de maio de 2017

BAPTISTA-BASTOS 1934-2017


Morreu hoje Armando Baptista-Bastos, jornalista e escritor que o país inteiro conhecia simplesmente como Baptista-Bastos. BB, como era tratado no milieu, começou a escrever em jornais em 1953. Escreveu em quase todos, escreveu sobre quase tudo, entrevistou quase toda a gente que conta, fez reportagens, e ainda teve tempo para nos deixar oito romances, colectâneas de crónicas e volumes de ensaio. Também trabalhou na rádio, na televisão e em cinema. Resumindo: durante mais de sessenta anos, nunca esteve parado. Ficou célebre a série de dezasseis entrevistas encomendadas pelo Público, em 1999, com a pergunta famosa: «Onde é que você estava no 25 de Abril?» Com a sua morte desaparece uma das testemunhas centrais do século XX português. Se nunca leu, vá à procura de Cão Velho Entre Flores, romance de 1974. Sim, era um homem de Esquerda, mas até a Direita ultramontana o respeitava. Tinha 83 anos.

VALLS NUNCA DESILUDE

Macron toma posse no próximo domingo, dia 14. Ontem soube-se que o seu movimento, En Marche!, concorrerá às eleições legislativas de Junho com nova designação: La République en Marche. Na qualidade de presidente eleito, Macron abandonou a liderança partidária, sendo substituído interinamente por Catherine Barbaroux. O congresso de meados de Julho confirmará, ou não, a nova direcção.

Frisson do dia: Manuel Valls, antigo primeiro-ministro e candidato derrotado nas primárias do PS, vai abandonar os socialistas e quer concorrer nas listas da... République en Marche:

«Comme j’invite d’ailleurs tous les députés sortants, les progressistes, ceux qui ont appelé à voter Emmanuel Macron avant le premier tour, ceux qui souhaitaient sa victoire, moi je serai candidat de la majorité présidentielle, et souhaite m’inscrire dans ce mouvement qui est le sien, la République en marche».

Sempre achei o homem um videirinho. Parece que tinha razão.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

CAPA & CONTRACAPA


Capa e contracapa do Libé. Mas a ideia não é nova: o Diário de Notícias fez o mesmo em 14 de Junho de 2005, com Álvaro Cunhal e Eugénio de Andrade, que tinham morrido ambos na véspera. Clique na imagem para ver melhor.

FICOU ASSIM


Os números oficiais. Mais de 16 milhões de eleitores (exactamente 16 170 672) preferiram abster-se, votar branco ou nulo. Apesar de tudo, ainda não foi a débâcle da França dos valores europeus. Clique na imagem para ler melhor.

A FRANÇA ACORDOU?


Apesar de uma abstenção alta — 25,4% é um valor elevado para a tradição francesa —, a história acabou bem. No entanto, os 66,06% de Macron significam que um terço dos eleitores (os que votaram Le Pen) continua a rever-se na extrema-direita mais xenófoba. A imagem é do Monde. Clique nela.

domingo, 7 de maio de 2017

MACRON


As primeiras projecções. Imagem do Monde. Clique para ver melhor.

BLASÉ OU OUTRA COISA?

Números oficiais: até às cinco da tarde (em França) tinham votado 65,3% dos eleitores. Na primeira volta, até à mesma hora, tinham votado 69,5%.

MACRONLEAKS


A história repete-se. A exemplo do que aconteceu na campanha de Hillary, quando milhares de documentos internos no comité eleitoral Democrata foram pirateados, chegou a vez de Macron ser vítima de igual devassa. O movimento político En Marche!, que suporta a campanha do candidato, confirmou ter sido hackeado anteontem à noite. Um ataque massivo e coordenado deu origem à difusão de vasta documentação interna, grande parte da qual está a ser manipulada e truncada nas redes sociais e em tablóides europeus, russos e americanos.