sexta-feira, 3 de novembro de 2017

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS


Em 1975, um grupo de autonomistas de extrema-direita fundou a Frente de Libertação dos Açores, que contou com apoio declarado da grande burguesia local e, de forma ambígua, do Departamento de Estado americano. Durante cerca de catorze meses, a FLA intimidou, ameaçou e fez tábua rasa da soberania portuguesa. A bandeira da FLA mantinha-se içada nos edifícios públicos. Sedes do PCP e do MDP/CDE foram destruídas em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo. Foi criado um Exército de Libertação dos Açores. O Rádio Clube de Angra estava por conta dos insurrectos. O general Altino Pinto de Magalhães, Governador Militar e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas açoreanas, nada podia fazer. António Borges Coutinho, o Governador Civil, demitiu-se no dia da grande manifestação pró-independência.

Vamos imaginar que o episódio se repetia. Mas que, desta vez, além da independência, os separatistas eram monárquicos apostados em restaurar a Monarquia. Presumo que, nos termos da democracia praticada pelos românticos defensores de uma Catalunha independente, tudo se deve admitir, à revelia das Leis e da Constituição.

Ou haverá dois pesos e duas medidas?

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