segunda-feira, 23 de outubro de 2017

EM QUE FICAMOS?

Afinal, o que quer Puigdemont? Impôs o ‘referendo’ do passado dia 1 e, com base nele, foi ao Parlamento catalão no dia 10 declarar o direito da Catalunha à independência sob a forma de República, tendo suspendido acto contínuo os seus efeitos.

Entretanto, no dia 21, o Governo espanhol accionou o art.º 155 da Constituição, decisão que terá de ser votada no Senado (onde o PP detém maioria absoluta) no próximo dia 27. Puigdemont reconhece a humilhação mas não tira consequências dela.

Até ao momento, mais de 1.300 empresas, incluindo todas as cotadas no IBEX 35, retiraram da Catalunha as suas sedes sociais e fiscais. Puigdemont assobia para o lado.

Puigdemont gosta de manifestações. Fora isso, não parece capaz de nada. Trapero, o comandante dos Mossos, foi acusado de sedição, demitido e constituído arguido no passado dia 4. O que fez Puigdemont? Nada. Jordi Sànchez, presidente da Assembleia Nacional Catalã, e Jordi Cuixart, presidente de Òmnium Cultural, foram presos no passado dia 16 acusados de incitamento à violência. Puigdemont foi à manif solidária.

Não estaria na altura de suspender a suspensão da DUI?

E nem falo de eleições, porque Puigdemont foge delas como o Diabo da cruz.

Soube-se hoje que Puigdemont vai falar ao Parlamento catalão no próximo dia 26, véspera do plenário do Senado em Madrid. Mais uma lamechise em prol do diálogo? Eu, se fosse independentista (não sou), estaria profundamente decepcionado.