segunda-feira, 5 de junho de 2017

ANEL DE FOGO


A crise do Golfo pode mergulhar aquela região do mundo numa guerra de consequências imprevisíveis. Não é vulgar um grupo de países (neste caso a Arábia Saudita, o Bahrein, o Egipto, os Emirados Árabes Unidos e o Iémen) decidir, em bloco, cortar relações com outro, neste caso o Qatar. O argumento de que o Qatar financiaria o Daesh, a al-Qaeda e a Irmandade Muçulmana, acolhendo outros grupos terroristas no seu território, é de peso, sim senhor, mas caiu do céu? Descobriram isso ontem? Descobriram todos ao mesmo tempo? Estranho.

Com todas as ligações terrestres, marítimas e aéreas cortadas, o Qatar fica isolado do mundo (sete companhias aéreas suspenderam os voos). Dependendo das importações dos países vizinhos, a escassez de alimentos está no horizonte. Há notícias de que em Doha, a capital, os supermercados já estariam sem stock. Os diplomatas acreditados em Doha foram chamados à origem, e os do Qatar têm 48 horas para sair. Os cidadãos do Qatar têm 14 dias para sair desses países.