sábado, 20 de fevereiro de 2016

FOLHETIM TAP

Ontem, a Autoridade Nacional da Aviação Civil chumbou a privatização da TAP nos moldes decididos pelo Governo PAF. Recordar que o contrato foi assinado às 23:30 de 12 de Novembro (ou seja, dois dias depois da queda do Governo de Passos Coelho), em reunião à porta fechada, que juntou Sérgio Monteiro com Neeleman & Pedrosa. A decisão da ANAC impõe um período de 90 dias durante os quais a administração da TAP fica limitada a gestão corrente. Consequência imediata: o empréstimo de 200 milhões de euros, a libertar para a semana, ficou bloqueado. Na sua deliberação, a ANAC considera haver desconformidade na estrutura de controlo societário, uma forma enviesada de dizer que Pedrosa não é (como os regulamentos europeus exigem) o sócio maioritário.

Até aqui, eu percebo. Mas faz-me muita confusão que tenham sido necessários três meses para chegar a esta conclusão. Dez dias seria um limite razoável.

Entretanto, a estrutura accionista mudou. A Gateway, representada por Neeleman & Pedrosa, abdicou de 16% do capital, passando a deter apenas 45%, em vez dos 61% de Novembro. O Estado absorveu 11%, que juntou aos 39% que não tinham sido vendidos, e os pilotos vão, em princípio, ficar com os restantes 5%.

No meio deste imbróglio, como irá reagir o grupo chinês HNA? A companhia Azul, de Neeleman, precisa com urgência do capital chinês porque a Barraqueiro não lhe pode acudir. Uma grande trapalhada.